Apostar online em jogos de azar tem se tornado cada vez mais comum, mas você sabe por que apostar pode se tornar um vício? No início, pode parecer inofensivo: uma aposta aqui, outra ali, a chance de ganhar algo grande em jogos como roletas, caça-níqueis, jogos de apostas no celular de um animalzinho em particular ou apostas esportivas. Porém, o que muitos não percebem é que o cérebro, ao longo do tempo, pode se adaptar a esse comportamento, criando um ciclo de dependência que se torna difícil de controlar.
Neste texto, vou explicar como o cérebro reage aos jogos de azar, o ciclo que se forma e por que é tão difícil parar. Se você ou alguém que conhece está preso nesse ciclo, saiba que é possível sair. A terapia é um caminho eficaz para recuperar o controle. Continue lendo para entender como a neurociência explica o vício em jogos e como a terapia pode ajudar.
O que acontece no cérebro de quem aposta?
Quando apostamos e ganhamos, o cérebro libera dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa. Ou seja, é essa sensação de prazer que nos faz querer continuar apostando, na esperança de sentir aquele “rush” novamente. Em contrapartida, com o tempo, o cérebro começa a exigir cada vez mais estímulos para liberar a mesma quantidade de dopamina. Em outras palavras, isso significa que, para sentir o mesmo nível de satisfação, o jogador precisa apostar mais frequentemente ou em quantias maiores.
Esse ciclo de busca por mais dopamina é o que caracteriza o porquê apostar pode se tornar um vício. Dessa forma, o indivíduo passa a sentir que precisa apostar para se sentir bem, ignorando os riscos e as perdas financeiras.
O ciclo vicioso das apostas online
1. A primeira aposta: Tudo começa com uma aposta pequena, muitas vezes por diversão ou curiosidade. O jogador pode até ganhar no início, o que reforça a ideia de que apostar vale a pena.
2. A busca pelo prazer: Com a vitória, o cérebro libera dopamina, criando uma sensação de prazer e satisfação. Esse prazer é temporário, mas faz com que o jogador queira repetir a experiência.
3. A tolerância: Com o tempo, o cérebro passa a precisar de mais apostas ou valores mais altos para liberar a mesma quantidade de dopamina. O jogador começa a apostar mais frequentemente, buscando aquele “alto” inicial. Durante este período, o jogador muitas vezes perde a noção do tempo e do dinheiro que está gastando, mergulhando cada vez mais fundo na compulsão.
4. A perda de controle: O prazer das apostas diminui, mas o jogador continua apostando, não tanto pela emoção de ganhar, mas pelo medo de perder ou pela sensação de que está “devendo” ao jogo. Esse comportamento compulsivo é marcado por sentimentos de culpa, vergonha e angústia.
5. O ciclo de dívidas e ansiedade: Com as apostas em alta, vêm as perdas. O jogador começa a acumular dívidas, sente-se ansioso, mas continua apostando, na esperança de recuperar o que perdeu. Isso cria um ciclo de desesperança e compulsão. O jogador tenta ocultar a gravidade da situação de seus familiares e amigos, muitas vezes recorrendo a mentiras e manipulações. Porém, mesmo com esses impactos negativos, o ciclo recomeça, com o jogador retornando ao ponto de tensão e ansiedade.
Esse é o principal porque apostar pode se tornar um vício. Portanto, se você ou alguém que conhece está nesse ciclo, é importante reconhecer que não se trata de falta de força de vontade. O cérebro foi “treinado” para reagir de forma viciante aos jogos de azar. Mas há solução! A terapia pode ajudá-lo a recuperar o controle.
Por que é tão difícil parar de apostar?
Muitas pessoas se perguntam porque apostar se tornou um vício e não conseguem simplesmente parar de apostar, mesmo quando percebem os danos. A resposta está no funcionamento do cérebro.
O sistema de recompensas do cérebro, que libera dopamina durante as apostas, é o mesmo que controla outros vícios, como o álcool ou as drogas. Além disso, a incerteza dos jogos de azar – o fato de que o jogador não sabe quando (ou se) vai ganhar – aumenta a liberação de dopamina, tornando o comportamento ainda mais viciante. Esse fenômeno é chamado de “recompensa variável”, e é o que mantém o jogador preso à expectativa de uma vitória, mesmo que ela nunca aconteça.
Além disso, com o aumento das perdas, o jogador começa a experimentar emoções negativas como frustração, culpa e vergonha. Entretanto, em vez de parar, muitos continuam apostando como uma forma de fugir dessas emoções, perpetuando o ciclo.
Se você se identifica com esse ciclo, saiba que é possível quebrá-lo. Portanto, procure ajuda profissional. A terapia pode ajudá-lo a entender seus padrões e a recuperar o controle sobre suas escolhas. Marque uma consulta e dê o primeiro passo.
Como a terapia pode ajudar?
A terapia é uma das formas mais eficazes de tratar a compulsão por jogos de azar. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por exemplo, ajuda o jogador a identificar os padrões de pensamento que o levam a apostar, assim como os gatilhos emocionais e ambientais que alimentam o vício.
Na terapia, o indivíduo aprende a substituir os pensamentos automáticos – como “eu preciso ganhar de volta o que perdi” ou “só mais uma aposta” – por formas mais realistas e saudáveis de lidar com suas emoções. O terapeuta também trabalha com o cliente para desenvolver estratégias de enfrentamento, como evitar situações de risco, encontrar novos hobbies e praticar o autocuidado.
Mais importante ainda, a terapia ajuda o jogador a lidar com as emoções subjacentes que podem estar por trás do vício, como a ansiedade, a baixa autoestima ou a depressão. Ou seja, o jogo muitas vezes é uma forma de escapar dessas emoções, e a terapia oferece alternativas mais saudáveis.
Se você está pronto para enfrentar o problema e mudar sua vida, não espere. Agende uma consulta com um terapeuta e comece o caminho da recuperação.
Sinais de que você pode estar viciado em apostas
Apostar pode se tornar um vício, porém, nem todos que apostam têm um vício. Assim assim, existem sinais claros de que o comportamento pode estar se tornando um problema. Aqui estão alguns sinais de alerta:
- Aposta para fugir de problemas emocionais: Usar o jogo como forma de escapar de sentimentos como tristeza, raiva ou ansiedade.
- Perseguir perdas: Continuar apostando na esperança de recuperar o dinheiro perdido.
- Mentir sobre as apostas: Esconder o quanto está apostando ou mentir para familiares e amigos sobre o jogo.
- Dificuldade em parar: Mesmo querendo parar, sentir que não consegue.
- Impacto financeiro: Endividamento ou uso de dinheiro destinado a outras despesas para apostar.
Se você reconhece algum desses sinais, pode ser hora de buscar ajuda. Não deixe o jogo controlar sua vida. Marque uma consulta com um terapeuta e descubra como você pode superar a compulsão por apostas.
Conclusão: É possível quebrar o ciclo
O vício em jogos de azar online é real e afeta milhares de pessoas, muitas vezes sem que elas percebam até que o problema já esteja fora de controle. No entanto, com a ajuda certa, é possível quebrar o ciclo e recuperar o controle da sua vida.
Entender como o cérebro reage às apostas é o primeiro passo. O segundo é buscar apoio. Em conclusão, a terapia oferece as ferramentas necessárias para mudar padrões de comportamento e pensamento, ajudando você a se libertar da compulsão.
Se você está pronto para recuperar sua vida, entre em contato e agende sua consulta. Cada passo em direção à mudança conta.