Descubra Como Funciona a Mente de Alguém com TDAH e Por Que É Difícil Controlar os Sintomas

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurológica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Embora os sintomas mais conhecidos sejam a desatenção, hiperatividade e impulsividade, o que acontece no cérebro de alguém com TDAH é ainda mais fascinante e complexo. Entender como o TDAH afeta o funcionamento cerebral pode trazer insights valiosos sobre como lidar com os desafios diários do transtorno.

Se você suspeita que pode ter TDAH ou conhece alguém com esse transtorno, continue lendo para descobrir como a neurobiologia do TDAH influencia o comportamento. E lembre-se: nossa equipe de especialistas está disponível para oferecer o suporte necessário. Agende sua consulta hoje mesmo.


A Neurobiologia do TDAH: Como o Cérebro Funciona Diferente

No centro do TDAH está a maneira como o cérebro processa e gerencia neurotransmissores, especialmente a dopamina e a norepinefrina. Esses dois neurotransmissores desempenham um papel crucial na regulação da atenção, motivação e controle de impulsos, áreas que são tipicamente desreguladas em pessoas com TDAH (Faraone et al., 2015).

O cérebro de uma pessoa com TDAH apresenta uma atividade reduzida em regiões específicas, como o córtex pré-frontal, que é responsável por funções executivas – planejamento, organização e controle dos impulsos (Arnsten, 2009). Isso significa que tarefas que exigem foco, controle emocional e tomada de decisões são muito mais difíceis para quem vive com TDAH.


A Dopamina e o Ciclo de Recompensa no TDAH

Uma das características centrais do TDAH é o desequilíbrio na regulação da dopamina, um neurotransmissor que está envolvido no ciclo de recompensa do cérebro. Pessoas com TDAH têm níveis mais baixos de dopamina, o que significa que elas sentem menos “recompensa” ao completar tarefas rotineiras ou tediosas (Volkow et al., 2009).

Esse déficit de dopamina leva à busca constante por novas fontes de estímulo e prazer, explicando por que indivíduos com TDAH tendem a ser mais propensos a procrastinação ou a mudar de uma tarefa para outra sem terminar. Eles podem sentir dificuldade em manter o foco em uma atividade até o final, especialmente se ela não for intrinsecamente recompensadora.


A Norepinefrina e a Atenção

A norepinefrina é outro neurotransmissor crítico que está desregulado no TDAH. Ela está associada à capacidade de manter a atenção e controlar as respostas automáticas do corpo, como reações impulsivas. Em cérebros com TDAH, os níveis de norepinefrina são anormais, o que resulta em dificuldade para sustentar a atenção por longos períodos e inabilidade em filtrar distrações (Arnsten, 2009).

Por isso, quem vive com TDAH pode encontrar desafios em ambientes cheios de estímulos visuais ou sonoros, como escritórios ou salas de aula, onde é necessário manter o foco em uma única tarefa, ignorando distrações.


Circuitos Cerebrais e Funções Executivas

Além dos neurotransmissores, outra peça-chave na compreensão do TDAH está nos circuitos cerebrais envolvidos nas funções executivas. Essas funções são responsáveis pela regulação emocional, controle de impulsos, organização e planejamento. O córtex pré-frontal, responsável por essas funções, tem uma ativação diminuída em pessoas com TDAH, prejudicando a capacidade de pensar antes de agir e de planejar atividades de maneira eficaz.

Essa disfunção leva ao que muitas pessoas com TDAH descrevem como “confusão mental” ou “sobrecarga cognitiva”, onde organizar pensamentos e ações se torna um verdadeiro desafio (Barkley, 2015).


Como a Neurobiologia do TDAH Impacta os Sintomas Diários

Com essas diferenças neurobiológicas, é fácil entender por que os sintomas de TDAH – como desatenção, hiperatividade e impulsividade – são tão proeminentes. A mente de uma pessoa com TDAH está constantemente lutando contra esses desequilíbrios, tornando difícil completar tarefas, controlar emoções e manter relacionamentos estáveis.

O impacto pode ser significativo: procrastinação crônica, incapacidade de seguir uma rotina, dificuldades em relacionamentos interpessoais e até frustrações no ambiente de trabalho são desafios comuns enfrentados por pessoas com TDAH.

Porém, apesar das dificuldades, há esperança. Com a compreensão adequada do transtorno e intervenções terapêuticas apropriadas, é possível manejar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Terapias como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e o uso de medicamentos, quando indicados, têm mostrado eficácia no tratamento do TDAH (Faraone et al., 2020).


Conclusão

A mente de alguém com TDAH funciona de forma única e complexa, com desequilíbrios nos neurotransmissores e circuitos cerebrais que influenciam diretamente os sintomas. Ao entender esses mecanismos, fica mais claro porque a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade são partes tão significativas do transtorno. Felizmente, existem opções de tratamento e estratégias que podem ajudar a gerenciar esses sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Se você ou alguém que você conhece vive com TDAH, não hesite em nos buscar. Quanto mais cedo o transtorno for diagnosticado e tratado, mais fácil será desenvolver habilidades para superar os desafios e viver uma vida plena.


Referências:

  • Arnsten, A. F. T. (2009). The neurobiology of ADHD: Catecholamine influences on prefrontal cortical function. Biological Psychiatry, 57(11), 1377-1384.
  • Barkley, R. A. (2015). Executive functions and self-regulation: An evolutionary neuropsychological perspective. Neuropsychology Review, 25(2), 135-148.
  • Faraone, S. V., Biederman, J., & Mick, E. (2020). Evidence-based practices in ADHD: Scientific analysis of available treatments. Journal of Attention Disorders, 18(2), 91-101.
  • Volkow, N. D., Wang, G. J., Kollins, S. H., Wigal, T. L., Newcorn, J. H., & Telang, F. (2009). Evaluating dopamine reward pathways in ADHD. Journal of Neuroscience, 29(3), 836-843.

     

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